Dez escolas municipais de Petrópolis realizaram simulados de resposta à emergência

Exercícios práticos realizados pelo Projeto Fortalecendo a Resiliência nos meses de novembro e dezembro visaram preparar comunidades escolares para eventos adversos

Dez escolas da rede municipal de ensino, que ao longo de 2017 participaram do Projeto Fortalecendo a Resiliência, realizaram, no decorrer de novembro e primeira quinzena de dezembro, simulados de resposta a emergência. Foram exercícios práticos que imitaram uma situação real em que a escola precisou responder a um evento crítico, como, por exemplo, uma inundação ou um incêndio nas instalações escolares. Os simulados foram conduzidos pelos Comitês de Segurança Escolar de cada unidade, criados no âmbito do Projeto, com a participação dos Núcleos Comunitários de Defesa Civil – Nudec das comunidades em que as escolas estão inseridas e com o apoio da Secretaria Municipal de Defesa Civil e Ações Voluntárias.

Esses simulados reuniram mais de mil pessoas, uma média de 120 participantes por escola, entre estudantes, funcionários e moradores do entorno das unidades escolares, que estão localizadas em dez territórios de Petrópolis: Posse, Pedro do Rio, Araras, Estrada da Saudade, Bingen, Morin, Alto Independência, Itaipava/Vale do Cuiabá, Nogueira e Centro (24 de Maio).

Segundo Rodrigo D’Almeida, coordenador do Projeto nas escolas, os simulados trazem basicamente dois objetivos principais. “Um deles é as escolas trabalharem a educação para a risco e serem um centro irradiador na comunidade de novos comportamentos voltados à prevenção e à preparação para eventuais adversidades.

A outra razão tem a ver com a culminância metodológica de todo o trabalho desenvolvido com e pelos próprios estudantes ao longo de um ano. Eles e elas se constituíram como um novo grupo, de diferentes faixas etárias, em um ambiente que já frequentavam. Juntos, aprenderam conceitos de redução de risco de desastres, mapearam suas escolas, elaboraram um plano de ação para mitigar ameaças e vulnerabilidades e desenvolveram e implementaram um micro-projeto de redução de riscos”, explica Rodrigo. “Por fim, o simulado foi, então, o momento de colocarem em prática o que aprenderam e planejaram. E foi, também e sobretudo, a oportunidade de perceberem a capacidade de se organizarem, de liderarem, de cooperarem e de se relacionarem em um evento adverso. Saber o que fazer em situações como essas reduz o pânico, diminui incidentes encadenados e pode salvar muitas vidas”, conclui.

Para Marcia de Palma, Subsecretária Municipal de Educação, a parceria com o Fortalecendo a Resiliência foi fundamental para contribuir com o aumento da capacidade de resposta escolar frente aos desastres. “O trabalho realizado pelo Projeto tem despertado e amadurecido as escolas participantes para a redução de risco de desastres no ambiente escolar, que é uma recomendação da Iniciativa Global para Escolas Seguras das Nações Unidas, além de influenciar toda comunidade em que está inserida. E realizar simulados nas escolas possibilita que os alunos, funcionários e familiares estejam melhor preparados para responder a uma situação de emergência” avalia Marcia.

“Os simulados contribuem e aproximam ainda mais a Defesa Civil da população, que conhece as dificuldades e os problemas que precisamos enfrentar. Estar próximo dos moradores foi determinado pelo prefeito Bernardo Rossi, que entende essa parceria com a população como fundamental no trabalho de prevenção que estamos realizando no município”, afirma o secretário de Defesa Civil e Ações Voluntárias, coronel Paulo Renato Vaz.

Para Ana Cecília Clavery Macedo, 13 anos, estudante da E. M. Luiz Carlos Soares, no Morin, o simulado deu uma visão mais real do que pode ser uma emergência na escola. “Ele nos orientou melhor no que poderíamos ou deveríamos fazer. O que eu mais gostei foi o grupo ter conseguido fazer tudo, de termos feito algo bom, em um tempo bom. Ficamos felizes. Não tivemos problemas, ninguém caiu ou se machucou de verdade. Tivemos uma avaliação final com todos os participantes e vimos que precisamos, por exemplo, melhorar a nossa sinalização de emergência. É a primeira vez que eu participo de um simulado e sempre podemos melhorar, se tivermos mais treinamentos”, conta Ana Cecília.

Na Escola Municipal Alto Independência o simulado foi especial. Mascote do Fortalecendo a Resiliência, porque os estudantes têm a menor faixa etária (de 6 a 12 anos) das escolas participantes, o Comitê Mirim de Segurança Escolar realizou o “simulado do conhecimento”, em que os pequenos estudantes participaram de jogos elaborados com a temática de redução de risco de desastres. “Neste grupo trabalhamos a educação para o risco com as crianças menores, utilizando muito o lúdico. Petrópolis é uma cidade com relevante histórico de desastres socioambientais, uma das cidades de maior risco do Brasil, e as crianças não estão alheias às ocorrências. Ao contrário, são um dos públicos mais vulneráveis. Elas já podem e devem aprender sobre redução de risco de desastres, com metodologia que seja apropriada para a faixa etária e, assim, vai-se constituindo uma nova cultura de prevenção, a partir da escola”, explica Rodrigo.

Sobre o Projeto Fortalecendo a Resiliência

Fortalecendo a Resiliência aos Desastres na Região Serrana do Rio de Janeiro é um projeto realizado com o apoio do Instituto C&A, coordenado pela ONG internacional Save the Children, implementado, no Brasil, pelo Instituto Fonte, tendo como parceiros estratégicos a Prefeitura Municipal de Petrópolis, através das Secretarias de Defesa Civil e de Educação, e a Escola de Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro – Esdec.

Realizado em Petrópolis, de outubro de 2016 a dezembro de 2017, promoveu a formação de redes comunitárias de gestão de risco de desastres (GRD), com capacitação e integração entre comunidades escolares e Núcleos Comunitários de Defesa Civil – Nudecs, em dez territórios do município, envolvendo um público direto de aproximadamente 500 pessoas.

Fortalecendo a Resiliência faz parte também de uma pesquisa mundial em Redução de Risco de Desastres (RRD) que engloba cinco países: China, Índia, Bangladesh, México e Brasil, sendo que no Brasil, o projeto ocorre apenas em Petrópolis.

Informação à imprensa
Thaís Ferreira
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