Escuta Nordeste entra “Em cena”
A última semana de 2018 foi palco de mais uma ação do Escuta Nordeste. As cortinas, e os ouvidos, se abriram para a Em Cena Arte e Cidadania, organização que atua desde 1999 na zona central do Recife, com a missão de promover educação artística, cultural e cidadã de crianças e adolescentes por meio da arte, teatro e dança, em ações complementares à escola. De acordo com as consultoras Saritta Falcão Brito, do Instituto Fonte, e Dalva Correia, do Grupo Recife de Aprendizagem (GRA), parceiro nessa edição do Escuta NE,a organização está em um momento muito especial, reconstruindo sua atuação após o incêndio de 2014.
Para desenvolver a intervenção com a equipe, foi necessária uma primeira escuta com a gestora da ONG, Bethânia Gonçalves, na qual foi possível compreender que, diante do momento político e contexto de mudanças vivenciado pela organização, o desenho da atividade deveria favorecer um ambiente capaz de reavivar a visão de futuro da equipe e o sonho da Em Cena, olhando para esse novo momento e considerando a trajetória de mais de 20 anos.
“Trabalhamos no sentido de envolver a equipe numa escuta individual e coletiva sobre o fazer de cada educador e o que estava vivo na organização, no grupo, na comunidade, identificando desafios, potencialidades e sentimentos que eles conseguiram acessar”, disse Saritta.
Ao final de quatro horas de processo, dois cenários emergiram: um do sonho e outro sobre o que é possível fazer em 2019. Na avaliação das consultoras, foi algo que fez muito sentido para o planejamento que acontecerá em janeiro de 2019, pois levantou novas ideias e favoreceu uma percepção das possíveis linhas de atuação e das relações entre as possibilidades construídas e os limites da equipe sobre o que é essencial e precisa ser focado.
A equipe está num período muito resistente a novidades e mudanças, vivendo um momento de falta de brilho nos olhos. A dinâmica mais significativa pra nós foi a da representação concreta do momento atual da instituição e o futuro sonhado. Nesse momento foi possível fazer uma leitura mais sensível sobre como as pessoas estão. E o quanto elas ainda acreditam na Em Cena”. Betânia Gonçalves, Coordenadora da Em Cena Arte e Cidadania.