Fim ou transformação? Nossa mensagem para 2019

2018.

De alguma forma todas/os sabíamos que havia chegado o momento da grande conversa. O momento de lidar com a nossa biografia organizacional, nossas escolhas, nossos acertos e erros.

*as fotos que ilustram essa mensagem foram tiradas durante a imersão da equipe do IF, em Setembro de 2018, na Serrinha.

Observando o fenômeno ainda sem entendê-lo, a principal pergunta que ressoava, interna e externamente, como um eco coletivo, era “como deixamos as coisas chegarem até esse ponto”?

O Instituto Fonte foi fundado em 1998 e refundado no ano de 2002, com a fusão do Instituto Cristophorus. Sempre trouxe no seu DNA o desejo de “ajudar pessoas a construírem o mundo em que querem viver”. Focou em apoiar outras organizações da sociedade civil nos seus processos de gestão e desenvolvimento por meio dos princípios da Pedagogia Social de base antroposófica. A partir dessa prática mergulhou na fenomenologia goetheana e cultivou a Prática Social Reflexiva no Brasil, um jeito singular de ver e se relacionar com as organizações e os indivíduos que a animam.

O compromisso com essa prática nos levou à consciência do que fomos, para então encontrar em nós aquilo que não somos mais. Ao fazer isso, foi inevitável ver o que morreu dentro e fora de cada associado e do Instituto. Desse lugar, foi inevitável nos fazer perguntas como:

  • Nossos programas de formação presencial, que pedem um tempo de presença e reflexão profunda, fazem sentido em tempos de educação à distância?
  • Qual o lugar da consultoria de processos em tempos de Design Thinking e Dragon Dreaming?
  • Para quem é relevante viver com a complexidade e as contradições do mundo, indo além das tecnologias e ferramentas de gestão?

Diante desta situação, em que não temos clareza das respostas, decidimos submetermo-nos completamente a ela sem fingir que sabemos a saída. Confiando que, se houver saída, ela somente será revelada para aqueles que sentiram no coração um chamado – ou inspiração – e compromisso com o que dessa situação poderia emergir.

Com medo e com coragem, com dúvidas e certezas, um grupo de associados saiu e outro assumiu a governança desse futuro incerto. No pequeno e novo grupo de associadas ficaram mulheres que representam diferenças culturais de duas regiões historicamente polarizadas no país: o nordeste e o sudeste.

Mulheres que construíram suas identidades profissionais a partir da identidade do Fonte e que acreditam nesta prática, que revela nosso jeito Fonte de atuar no mundo, na qual compreendemos que “à medida que mudamos nossas posturas diante do mundo, o mundo muda e nós também somos mudados”.

Como parte de um todo maior, percebemos que nosso microcosmo organizacional vive de alguma forma no macrocosmo do país, do continente, do planeta. Natureza, sociedade, organizações se transformam todos os dias a partir do que escolhem deixar morrer e viver. Assim a vida se renova, se recria e faz emergir novas formas de se relacionar consigo e com o mundo, recriando também relações que seguem sendo tecidas com quem se foi, com quem fica e com aqueles que queremos ao nosso redor.

Que venha 2019!

Equipe de consultoras que assumiu a gestão do Instituto Fonte. A partir da esquerda: Saritta Falcão Brito, Márcia Thomazinho, Helena Rondon, Suzany Costa e Flora Lovato.