Organizações se reúnem para contar como estão atuando e sobrevivendo em meio à pandemia

Conversar para se fortalecer. Esse foi o sentido principal do encontro, promovido pelo Instituto Fonte, Idesq e Ficas, e que reuniu, virtualmente, no dia 07 de maio, cerca de 20 organizações para compartilhar um pouco da sua realidade durante a quarentena. Participaram organizações que saíram de Florianópolis em Santa Catarina, passando por São Paulo e Rio de Janeiro, no Sudeste, subindo para Ceará, Pernambuco, Paraíba, Maranhão no Nordeste e encerrando sua jornada no Pará, representante da Região Norte. O percurso garantiu uma diversidade de falas, realidades e um diálogo rico, com diferentes olhares e necessidades de cada OSC diante da pandemia.

A sustentabilidade é um tema forte, mas não é a única preocupação das organizações. A conversa também levantou o aumento da violação de direitos em tempos de Covid-19 e o fechamento para a participação das organizações na construção de políticas públicas.

Para as organizações que fazem um trabalho na ponta, existe a preocupação com as comunidades empobrecidas, que concentram os piores IDHs e estão mais isoladas em locais onde nem o poder público ou a Internet alcançam. Também foi colocado como grande preocupação o cuidado e a prevenção das equipes das organizações que fazem atendimento direto a famílias em vulnerabilidade e com a saúde mental e emocional de quem está no trabalho na ponta.

 

Desafios

Nos relatos, surgiram propostas de iniciar a construção de um documento para o futuro, no qual o grupo pudesse seguir pesquisando sobre caminhos da sustentabilidade, e olhando para a realidade das organizações menores e de ponta, que dificilmente acessam recursos de agências internacionais, por exemplo. Uma saída seria a criação de Fundos de Emergência Locais.

Outros desafios estão relacionados a ajustar acordos, indicadores, gerar flexibilidade nos orçamentos para atender o que é mais urgente. “Será que a gente consegue relatar o que estamos vivendo e o que podemos fazer para enfrentar esse contexto? Será necessário organizar as informações sobre como as organizações estão lidando com a pandemia, gerar um diagnóstico, demonstrar o impacto do orçamento, as necessidades jurídicas, a solução que estamos construindo enquanto organizações”, indagou Suzany Costa, do Instituto Fonte. 

 

A proposta de continuidade construída pelo coletivo

  O grupo seguirá com os encontros com o propósito de dialogar sobre as realidades das organizações no contexto do COVID-19 e permanece com a missão de criar um ambiente seguro de trocas. Também vão cuidar de encaminhamentos surgidos das conversas, como:

Convite do encontro de 07 de maio

 

  •         construir um documento coletivo, capaz de demonstrar a realidade das organizações
  •         olhar para a sustentabilidade, nesse momento de pandemia
  •         fortalecer politicamente a defesa do campo de atuação das OSCs
  •         criar grupos de trabalho para ampliar a capacidade de fala e de diálogo em outros âmbitos
  •         convidar outras pessoas e organizações, de outros estados
  •         ampliar as formas de se comunicar, criando um grupo em outras redes sociais
  •         garantir espaços de conversa, realizando um encontro mensal de escuta e diálogo